Estás fatigado. O cansaço, qual fluido deletério, vence tuas resistências, assenhoreando-se do aparelho físico-mental que acionas com dificuldade.
Tantas têm sido as aflições, as lutas que, desencorajado, te entregas à indiferença quanto ao futuro sob tormentos que te dominaram a capacidade de lutar.
Tens a impressão de que o entusiasmo calou a voz da sua emoção no teu sentimento encarcerado na dor, e sentes o coração como se fosse um diamante bruto a esfacelar-se dentro do peito, golpeado por vigorosas tenazes que o despedaçam...
Tudo se te afigura sombrio e a luz, que se emboscava na gota d’água aprisionada diante dos teus olhos, agora a vês transformada em lama, no pó, qual a tua antemanhã de sonhos convertida em noite tempestuosa de pavor.
Lutaste, é certo.
Reuniste as energias, qual comandante afervorado a batalhas violentas, colocando-as em defensivas até a exaustão. Mas tantas foram as agressões e tão continuado o cerco que desejarias bater em retirada, deixando livre o campo para que se multiplicassem os maus.
No íntimo conservas um travo de fel que o sofrimento deixou e como miasma em crescimento sentes o espírito envenenado, com a amargura em todas as horas.
Uns companheiros fitam teu sorriso e crêem que o caráter não é um dos teus dotes mais representativos.
Outros contemplam tua tristeza e comentam que é débil a tua fé.
Alguns falam contigo e identificam expressões que deprimem teus sentimentos.
Amigos discretamente afirmam que foste vencido por “forças negativas” do Mundo Espiritual.
Confrades rigorosos negam-te o concurso da amizade deles.
Irmãos acendem a chama da idiossincrasia e separam aqueles que o teu esforço infatigável reuniu.
Colaboradores fendem as bases do serviço que desdobras, abnegado, desejando amesquinhar-te.
Fontes:
Joanna de Ângelis (Dimensões da Verdade - Divaldo P. Franco)