28 de outubro de 2009

O sofrimento e seu significado


Para melhor expressar-se, o amor irrompe de formas diferentes, convidando à reflexão em torno dos valores existenciais. Muito do significado que se caracteriza pelo poder — mecanismo dominante da realização do ego — desaparece, quando o amor não está presente, preenchendo o vazio existencial. Essa ânsia de acumular, de dominar, que atormenta enquanto compraz, torna-se uma projeção da insegurança íntima do ser que se mascara de força, escondendo a fragilidade pessoal, em mecanismos escapistas injustificáveis que mais postergam e dificultam a auto-realização.


A perda da tradição é como um puxar do tapete no qual se apoiam os pés de barro do indivíduo que se acreditava como o rei da criação e, subitamente se encontra destituído da força de dominação, ante o desaparecimento de alguns instintos básicos, que vêm sendo substituídos pela razão. O discernimento que conquista é portador de mais vigor do que a brutalidade dos automatismos instintivos, mas somente, a pouco e pouco, é que o inconsciente assimilará essa realidade, que partirá da consciência para os mais recônditos refolhos da psique.


Nesta transformação — a metamorfose que se opera do rastejar no primarismo para a ascese do raciocínio — o sofrimento se manifesta, oferecendo um novo tipo de significado e de propósito para a vida.  Impossível de ser evitado, torna-se imperioso ser compreendido e aceito, porquanto o seu aguilhão produz efeitos correspondentes à forma porque se deva aceitá-lo.

Quando explode, a rebeldia torna-se uma sensação asselvajada, dilaceradora, que mortifica sem submeter, até o momento em que, racionalmente aceito, faz-se instrumento de purificação, estímulo para o progresso, recurso de transformação interior.


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Fontes: EspíritanaNet

Livro "Amor, Imbatível Amor" (por Joanna de Ângelis - psicografia Divaldo P. Franco).

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